O 1.º Jardim-Escola João de Deus
A história dos Jardins-Escola João de Deus tem origem na constituição da Associação de Escola Móveis pelo Método de João de Deus, fundada a 18 de Maio de 1882, por iniciativa de Casimiro Freire, secundado por algumas personalidades destacadas do seu tempo como Bernardino Machado, Jaime Magalhães Lima, Francisco Teixeira de Queiroz, Ana de Castro Osório e Homem Cristo, entre outros.
A Câmara Municipal de Coimbra facultou um terreno com uma superfície de 4800m2 e o projecto de arquitectura foi oferecido pelo arquitecto Raul Lino, segundo as orientações pedagógicas de João de Deus Ramos.
No Relatório de Actividades de 1908, da Associação, pode ler-se: Os Jardins-Escolas prestar-se-ão esplendidamente para habilitar melhor os nossos professores e facilitarão, como centros de propaganda, o desenvolvimento das bibliotecas populares, bem como a realização das palestras e leituras públicas com o auxílio de projecções luminosas. (...) e mais (...) desta sorte a Associação, além de contribuir esforçadamente para a extinção do analfabetismo, terá lançado as bases fundamentais de uma urgente reforma no processo de todo o ensino, começando como deve ser, pelo ensino de infância, o que se tornará motivo de legítimo orgulho para a nossa Associação e para o País. No meio de tanta desorientação em assuntos educativos, a obra nacional de João de Deus ficará firme, duradoura e utilíssima, como genuinamente nacional (...).
O Jardim-Escola João de Deus de Coimbra foi inaugurado a 2 de Abril de 1911 e custou cerca de 4500$000 réis. Os fundos foram conseguidos através de donativos, mas principalmente graças aos serões musicais organizados pelo orfeão académico de Coimbra, dirigido por António Joyce, que conseguiram juntar a fantástica soma de 1480$000 réis.
João de Deus Ramos dando-lhe o nome do Pai cumpriu o seu dever de educador e de português. São os princípios pedagógicos que João de Deus defendeu sempre os que inspiram a obra realizada, é a sua compreensão do que seja a educação e o ensino da criança que ali se vai encontrar: o carinho da família, o respeito pela espontaneidade infantil, o desenvolvimento gradual do raciocínio, apoiado sempre em noções concretas.
Documentos relacionados
Texto de João de Barros, sobre a inauguração do JE de Coimbra, no "Boletim de Propaganda, ano I, nº4, da Imprensa Nacional de Lisboa", 1911 >ver
Fotografias: inauguração 1 | inauguração 2